Hoje não tem futebol. Também não haverá aquela rodada de amigos
conversando miolo de pote, como tinha todas as tardes em dias de sol. Tudo
mudou, há dias não vejo meus principais colegas. Aqueles que desde infância estivemos
juntos, reunidos todos os dias para uma bela partida ou simplesmente para tirar
sarro dos perna de pau.
O pior é que agora não foi a bola que furou, pois se fosse
assim, faríamos uma nova vaquinha e compraríamos outra. Não foram os peladeiros
que desistiram do hobby de todos os dias. Tão pouco, a falta de vontade da
juventude do bairro que desde criança se reunia para a pelada, logo após a aula
da tarde e antes da entrada na escola para o turno da noite.
Os menores, aqueles de 15 para baixo, também já não se
encontram mais no mesmo lugar. Todos os dias era o local sagrado para a
criançada correr atrás da pelota. A partir das 9 da manhã estavam os que
estudam à tarde. Às 15 chegavam os que tinham ido à escola pelo turno da manhã.
Mas agora, nem os pais sabem mais onde encontrá-los. Talvez estejam indo mais
longe, procurando uma bola em outras esquinas e correndo riscos de encontrar um
bar, ou mesmo uma boca de fumo.
Por mim e pelos outros que já são adultos, até nem tanto. Já
sabemos o que queremos. Podemos até morrer por falta de atividade física, mas não
deixaremos nos levar para o mundo dos vícios, para a delinqüência ou outro
caminho pervertido. O problema maior é para os adolescentes, as crianças e os
jovens que por falta de uma atividade de lazer ou uma prática esportiva, podem
trilhar para o mundo do crime.
O problema é grave e por falta de aviso não foi. O apelo foi
feito até para o prefeito, mas ninguém deu ouvido e deixaram levar nosso campo
de futebol. O terreno era de uma igreja e como se trata de propriedade
particular, não tivemos domínio para evitar que o lugar que serviu para nossos
pais, para nós e agora para nossos filhos, fosse comercializado e transformado
na sede de uma empresa.
Agora nos resta apenas chorar a derrota. Depois de tantos
gols, de tantas vitórias, de talentos revelados, a exemplo do craque Jô que
hoje joga fora do país e saiu por muitas vezes banhado de lama do Lamebol, deixaremos
de dá o nosso espetáculo de todas as tardes e seremos apenas torcedores
gritando bem alto para que um dia nossa juventude possa ter direito a um novo local
para voltar a praticar esporte.
Boa Mazinho, gostei muito da matéria. Continue assim, mostrando a realidade e tentando convencer as autoridades a fazer o melhor pra nossa juventude.
ResponderExcluirLegal! mazinho....faby
ResponderExcluireu também lamento muito pela desativação do lamebol, vou sentir muita falta dos banhos de cuia que te dava dentro da lama, mas continue assim espondo sua opinião com clareza.faltou postar algumas fotos da nossa antiga pelada.
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