sexta-feira, 1 de abril de 2011

Indígenas ocupam sede da SESAI em Cruzeiro do Sul e mantém servidores reféns

Mais de trezentos indígenas dos povos Katukina e Jaminawa Arara ocuparam na manhã desta sexta-feira, 01, a sede da Secretaria Especial da Saúde Indígena, em Cruzeiro do Sul, para protestar contra a falta de atenção com a saúde das comunidades indígenas do Juruá. Seis servidores que estavam no local de trabalho no momento da ocupação, são mantidos em uma sala fechada sob a vigilância do grupo de indigenas armados com arco e flecha.

Os indígenas alegam que não estão recebendo a atenção adequada na área de saúde e por isso, muitas doenças, como por exemplo a malária, se alastram pelas aldeias trazendo uma série de problemas em todas as comunidades. Por esta razão, foi que decidiram fazer a manifestação.

As lideranças questionam a aplicação dos recusros que são destinados para a saúde indígena e querem mudanças no sistema. "No ano passado voltou mais de R$ 1 milhão e queremos saber por que esse dinheiro não foi aplicado. Mudaram o nome da FUNASA, mas nada melhorou. Tem gente morrendo até com doenças contagiosas e niguém faz nada. Queremos que mudem os funcionários da Secretaria" - explicou um dos lideres da manifestação Fernando Katukina.

Os indigenas exigem a saida do atual gerente da SESAI, José Correia de Araújo, conhecido por Armando, e de mais dois servidores. Eles solicitam que o líder Yanawa, Biraci, seja nomeado como gerente do Distrito.

Enquanto as solicitações não forem atendidas, o indigenas garantem que não liberam os servidores. Eles ocupam todas as dependência e mantém a vigilância armados com arcos, flechas e lanças. O delegado Milton Neves, da Polícia Federal, conversou com as líderanças indígenas e exigiu que seja preservada a integridade física dos serdores que são mantidos como reféns.

www.vozdonorte.com.br - Mazinho Rogerio - mazinhorogerio@yahoo.com.br - Foto Neto Costa - neto.czs@gmail.com

Volume de água do Juruá baixa mas famílias permanecem em abrigo

Em dois dias o nível de água do rio Juruá já baixou mais de 20cm, mas ainda não permite o retorno dos moradores para as casas das áreas alagadas. Quase 30 famílias continuam alojadas em um abrigo público e recebem assistência da Prefeitura de Cruzeiro do Sul.

Nesta quinta-feira, 31, o nível de água do Juruá caiu para 13,10m e está próximo a ficar abaixo da cota de transbordamento que é de 13m. A vazante, de acordo com o Corpo de Bombeiros, é bastante considerável e pode, em breve, permitir que as 28 famílias que foram expulsas de casa possam retornar para suas moradias.

O comandante do Corpo de Bombeiros, Major Moisés, disse que a expectativa é que a vazante seja mais intensa a partir de agora, pois percebe-se que o volume de água está baixando também nos municípios de Porto Walter e Thaumaturgo que ficam no alto Juruá.
Entretanto, o Major Moisés que também assume a função de coordenador da Defesa Civil, avalia que ainda não é possível levar as famílias de volta para casa, pois a situação ainda não permite. “Ainda é prudente deixar as famílias em local segura, pois o rio ainda acima da cota de transbordamento” – afirmou o comandante.

Enquanto isso, 91 pessoas continuam alojados no Ginásio de Esportes Alailton Negreiros e recebem assistência da Prefeitura. Além de alimentação, o município garante atenção a gestantes , assistência à saúde, e meios para que as crianças possam freqüentar a escolas, além de outros benefícios sociais para as pessoas que estão sob os cuidados da Defesa Civil.


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João Buracão denuncia péssimas condições de rua em Cruzeiro do Sul

Os moradores da Rua Alfredo Teles, no Centro da Cidade de Cruzeiro do Sul, se espelharam na idéia de personagem que ficou conhecido em todo o Brasil para protestar contra a falta de atenção da Prefeitura com a rua que está praticamente intrafegável. A população criou o João Buracão cruzeirense e nesta quarta-feira, 30, o boneco passou o dia inteiro mostrando as péssimas condições da via pública.
Para os moradores, não é brincadeira morar no Centro da Cidade e ver os carros fazendo manobras para desviar a rua, pois um buraco enorme tomou conta do asfalto e impede a passagem de veículos. Eles afirmam que já fizeram várias solicitações à Prefeitura, mas o problema ainda não foi solucionado, por isso, o jeito é protestar.

João Buracão foi criado no Rio de Janeiro e é filho do borracheiro Irandir Rocha que de tanto se sentir infernizado com uma cratera em frente a sua borracharia, criou o boneco e botou no buraco. Com a idéia do borracheiro, os motoristas passaram a respeitar e passar devagar pela rua, e, além disso, o boneco foi tema de uma reportagem que fez com que a Prefeitura, rapidamente consertasse a rua.

Daí pra cá o Buracão já visitou várias cidades do país denunciado o descaso dos governos com as vias públicas. Já esteve, inclusive em Cruzeiro do Sul, onde incentivou a população a protestar, como fazem os moradores da Rua Alfredo Teles. Eles fizeram o boneco e deram o mesmo nome do herói nacional.

O João Buracão cruzeirense vai permanecer na rua até que a Prefeitura resolva o problema. Ele até segura uma vara de pesca com anzol, como forma de mostrar que o buraco está virando lago. “Já chamam de ramal do Chico, devido um morador que tem dificuldades para andar e não pode passar. Até carros já atolaram aqui” - afirmou o morador Emílio Lavoisier.

“Já conversei com o secretário de obras, mas ele disse que eu procurasse a empresa que está construindo a ponte que foi a responsável pela formação do buraco com a passagem de máquinas pesadas” - disse a cabeleireira, Aline Bezerra.
Moradores de outras ruas de Cruzeiro do Sul também já solicitam a presença do João Buracão.


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