O projeto
regulamenta o artigo 23 da Constituição, que define as competências de União,
Estados e Municípios na fiscalização de crimes ambientais.
O texto
original, do deputado Sarney Filho (PV-MA), visava estabelecer atribuições dos
entes federativos para melhorar o combate ao tráfico de animais. Porém, uma
emenda de última hora inserida na Câmara alterou o texto, estabelecendo que a
autuação só poderia ser feita pelo órgão licenciador. Como o licenciamento para
desmatamentos é feito pelos Estados, o Ibama, na prática, ficaria sem poder de
autuar.
No ano
passado, a então senadora Marina Silva (PV-AC) tentou corrigir a distorção,
apresentando três emendas ao projeto. Todas elas foram rejeitadas na Comissão
de Constituição e Justiça pela senadora ruralista Kátia Abreu (PSD-TO),
relatora na CCJ.
Tanto
Marina quanto seus sucessores no Ministério do Meio Ambiente, Carlos Minc e
Izabella Teixeira, tentaram barrar a proposta (batizada de PLC no. 1), por
entenderem que os Estados e municípios são menos estruturados para fiscalizar
e/ou mais sujeitos a pressões políticas do que o Ibama.
A bancada
ruralista comemorou a aprovação
“Vamos
tirar essas prerrogativas ditatoriais do Ibama. O Ibama quer parar o Brasil,
não vai parar, não!”, vociferou Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
“Habituou-se
no Brasil a achar que os órgãos federais são mais honestos que os estaduais e
municipais. Não podemos tratar a Federação desta forma. O Ibama não é a Santa
Sé, ele não está acima de qualquer suspeita, não”, disse Kátia Abreu.
Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, disse
que a proposta é um retrocesso.
Fonte: Folha Online
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